sexta-feira, 8 de junho de 2007

Um pouco desta paulicéia


Sei que o objetivo do blog não é comentário sobre filmes, mais um filme que me chamou atenção e mostra “um pouco” desta nossa cidade, desta correria do dia a dia. Pode ser o filme: “Não Por Acaso”, ele faz a passagem da obsessão pelo controle para a descoberta da emoção. Subverte as exatas pela complexidade do comportamento humano. Foi essa intenção da história de “Não por Acaso”, sobre dois personagens cujas vidas se entrecruzam na cidade grande.

Ênio é um pacato engenheiro de trânsito em São Paulo. Com uma vida pessoal nem um pouco agitada, seus dias se resumem ao trabalho. Através de câmeras espalhadas por toda a cidade e com o auxílio de telefones e walkie-talkies, ele coordena o fluxo dos carros nesta grande metrópole. Também sem grandes ambições, Pedro herdou de seu pai uma artesanal fábrica de mesas de sinuca, onde trabalha com muita dedicação. Suas horas de lazer, ele divide entre a namorada Teresa, que acaba de se mudar para sua casa, e as jogadas matematicamente estudadas que ele cria para a sinuca, apenas por diversão.

Veja o trailer do Flime:

sábado, 2 de junho de 2007

Taj Mahal tem a raça paulistana


Neste espaço, vou fazer uma comparação entre o nosso time, o grande Taj Mahal, e o trabalho em equipe que é necessário na nossa cidade.
Atualmente, dentro de uma empesa ou até mesmo na faculdade, não adianta jogar sozinho. É preciso uma força coletiva para as coisas caminharem corretamente. Nas matérias da faculdade, raros são os casos que não temos fazer trabalhos em grupo. Se um integrante falhar, o grupo fica totalmente prejudicado. Se todos fizerem sua parte direitinho, o resultado, na maioria das vezes, é excelente.
Nas empresas, então, nem se fala. Cada pessoa é responsável por um setor. A soma de cada setor é o trabalho final da empresa. Se uma pessoa errar, o trabalho das outras é praticamente inútil. Aí todo pocesso deve ser refeito. Falo isso por experiência própria, se é que eu, com 20 anos, posso ter algum tipo de experiência.

E o trabaho em equipe é fundamental no futebol.
Desde 2006, nosso time joga junto. Seja na Educação Física, nas tarde de sexta ou na casa de algum de nós.
Franca, Gustavo, Luiz Felipe, Rafael, Fanfarrão, PALmeiras, Atilão, Polaco, Dieguinho e eu fazemos parte deste time.
Sem falar nossa torcida, que sempre está presente para nos ajudar: Clarisse, Juliana e Jesusão.
Ultimamente, jogamos contra alguns times, o chamado "contra". Pra valer mesmo. É de arrepiar a raça que cada um apresenta quando o jogo começa.
A força do conjunto faz sucesso do nosso time. Se um jogador se ausenta, o outro entra com a mesma vontade, "com o gostinho de sangue na boca", como diria nosso capitão, Thiago Fagnani, vulgo Palmeiras.

E, como nos exemplos da faculdade e do trabalho, não adianta um jogador ir muito bem e o resto ir mal. É preciso que todos colaborem para o sucesso do time.

Taj Mahal sempre trabalha em equipe, tem a raça paulistana em cada jogo.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Second Life é real

Bom, vou ficar uma semana sem net e estou aqui numa lan house (sim, aquelas que eram mania tempos atras, e agora caindo cada vez mais no esquecimento, mas de um jeito ou de outro estão quebrando meu galho).
Nesse mundo virtual existem vários jogos, isso é óbvio, mas um que é a nova sensação: o Second-Life (SL)
Você que está lendo pode perguntar "você está louco??? aqui é um lugar pra crônicas de sampa e nao uma revista de games". Bom, eu explico agora que tem tudo a ver.
O SL tem como característica principal o usuário criar um personagem e evoluí-lo, conforme as circunstâncias do jogo, e até mesmo comprar seus acessórios e tudo mais, chegando até a gastar dinheiro real para isso, e todo esse esforço para uma finalidade: sair da mesmice, ter uma outra vida, ser o que ela não pode ser no real.
Aqui em São Paulo, assim como em todas as grandes metrópoles e até nas pequenas cidades, nós agimos como no jogo, não somos nós mesmos, não agimos autenticamente. Quer exemplos?? vamos a eles.
Uma entrevista para emprego, você age como você mesmo??? aposto que não. Você vai todo comportadinho, cabelo arrumado, cheirosinho, tentando causar uma boa impressão, que talvez a pessoa sendo autêntica não causaria.
Uma festa aonde você encontra alguem que odeia. Obviamente a pessoa não fala isso na cara da outra, põe uma "máscara" de bom menino(a) e finge que está tudo bem e se serve dos comes e bebes do local.
No trânsito, as pessoas são muito mais valentes do que costumam ser assim, andando pela rua. Parece que o automóvel confere uma sensação de poder que não sentimos ao estarmos andando a pé.
Até mesmo na faculdade. Você toma atitudes como toma em casa?? É bem diferente uma realidade da outra, isso é lógico, mas temos obviamente uma distinção de uma situção para com a outra, talvez por nos preocuparmos com o que os outros vão achar.
Esses foram alguns exemplos, de vários, para mostrar que nunca somos autênticos, que ou por pressão da sociedade ou supressão do próprio "eu" do indivíduo, vivemos eternamente numa "Second-Life"
(obs: não sei como colocar foto, portanto não me torrem por não ver uma fotinha colocada aí. hehe)

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Desconheço o caminho da Paz

No último dia 30, por volta das três horas da tarde, encontrava-me no interior de um microônibus a caminho de casa. Voltava da tradicional pelada de domingo com os amigos, onde, mais uma vez, todos os meus esforços foram em vão e eu amargava mais uma derrota.

Ao entrar no ônibus, sentei-me à janela. Estava um pouco cansado e não quis abrir nenhum livro, apenas fiquei observando o que se passava na rua, pensando no almoço que àquela hora meu pai já havia de ter preparado, e eu esperava ansiosamente.

A dois pontos de onde eu subi, um casal faz sinal, o motorista pára, e os dois entram na lotação. Eles estão carregados de bolsas e sacolas de supermercado, cujo conteúdo transpassa as embalagens de plástico. O rapaz é gordo, aparenta ter entre 35 e 40 anos de idade. A mulher que o acompanha parece ter a mesma idade e também se mostra visivelmente acima do peso. Por sorte, encontram poucos passageiros (seis, além de mim), e logo se acomodam com as mercadorias no fundo do microônibus.

Um ponto adiante, nova parada. Desta vez, quem sobe é uma bela mocinha. Cabelos longos e lisos, nariz arrebitado, olhar penetrante; o corpo malhado veste uma calça justa e uma blusa curta que deixa o umbigo à mostra. Ela é dessas que despertam o desejo até dos mais inibidos. Escolhe o lugar e senta.

Tudo ia muito calmo, pelo menos para mim. Mas não demoraria muito para eu perceber que naquele dia nem todo mundo estava tão tranqüilo como eu. Começo a notar algo estranho quando o motorista do ônibus é obrigado a mudar o trajeto.

Por causa do feriado de 1° de maio, algumas ruas foram interditadas para organização das tradicionais festas populares do Dia do Trabalho, e daí o motivo pelo qual o motorista teve de fazer o desvio. É necessário fazer um contorno por algumas ruas paralelas para que se volte à rota original. O motorista, então, começa a fazê-lo.

Já em uma rua um pouco afastada das que estavam bloqueadas, a bela mocinha já citada se levanta do assento e vai até a direção do motorista pedir para que seja deixada na esquina, que, segundo ela, é bem próxima a sua casa.

A cobradora, com roupas largas e feições bastante masculinizadas, aprecia o charme da jovem garota, e intervém brincando:

- Aí, colega, tudo bem, mas vai custar mais caro!

O ônibus pára e a garota desce onde havia solicitado.

Duzentos ou trezentos metros depois, ainda no caminho de volta ao percurso normal da lotação, o casal do fundo se levanta erguendo todas as bolsas e sacolas que carregavam. O gorducho aperta a campainha e pede para descer no próximo ponto.

O motorista olha pelo retrovisor, demora alguns segundos, e então diz que não poderá parar porque aquele ponto não faz parte do itinerário do ônibus. O rapaz parece ou tenta não entender.

- Aqui é melhor pra mim e eu tô com todas essas compras...

Ele é ignorado pelo motorista, que avança com o ônibus. O rapaz tenta outra vez.

- Eu dei sinal, você não ouviu?

Desta vez, o motorista responde e reforça o que já havia dito.

- Já disse que não posso parar e não vou parar porque esse não é o meu percurso.

A mulher que está com o rapaz se revolta e dispara de maneira provocativa:

- Pra menina lá atrás você parou até na esquina, né? Pois é, já sei. Ela é cheirosinha!

O silêncio do motorista e o avanço constante do ônibus parecem transtornar o rechonchudo, que, num ato de fúria, desfere violentamente um chute contra a porta. O ruído soa ensurdecedor e assusta os passageiros. A porta então se abre, o motorista breca o ônibus e o gorducho desce com o montante de sacolas.

Desta vez, a fúria toma conta do motorista. Ele desce do ônibus e começa a trocar ofensas com o casal.

O gorducho revolto tenta agredir o motorista, mas é contido por um dos passageiros que se envolveu para tentar acabar com aquela cena patética.

O rapaz que danificou a porta desiste da agressão e começa a se afastar. A situação se acalma, pelo menos por algum tempo, já que, antes de se distanciar, ele ainda ouve a ameaça do motorista, que repete três vezes bem devagar, com um olhar fixo e impiedoso na figura de seu novo inimigo, como se estivesse fazendo uma promessa para si mesmo:

- Eu vou te apagar. Eu vou te apagar. Eu vou te apagar.

Pouco tempo depois o ônibus já havia voltado para o seu trajeto costumeiro e então eu desci. Apenas cinco minutos me separavam do ponto de ônibus até a minha casa e ao meu almoço tão esperado. Nesse tempo, pensei em tudo aquilo que havia presenciado desde que saíra do futebol e comecei a me questionar.


Por que tantas injustiças? Por que tantas diferenças? Por que tantas canalhices?

Como o Homem que descobre o poder da natureza, que descobre a música... O Homem que constrói maravilhas... Que ama, que procria... Como esse mesmo Homem é capaz de humilhar o seu semelhante, desrespeitá-lo, tirar-lhe a vida por coisas tão pequenas?!

Desde os primórdios tentam buscar soluções para tantas incoerências.

Uns, profetas, dizem que existe o caminho para a Paz. Outros, otimistas, afirmam que a Paz é o caminho. Definitivamente, não entendo o que eles dizem. Só o que posso dizer é que desconheço o caminho da Paz.


terça-feira, 1 de maio de 2007

Recuso o título de Palhaço...


Em homenagem ao dia 30/04 último dia para entregar a declaração anual de Imposto de Renda este não vai ser uma crônica somente paulstana mais sim um pouco de cada brasileiro passa.

A crise aeronáutica no Brasil veio para mostrar não um sistema defeituoso aeronáutico, mas sim a idéia que todos somos palhaços de um sistema.
Hoje com os altos salários do Brasil temos uma situação a qual todos têm acesso em suas viagens de férias utilizarem como transporte o avião. O transporte aéreo é caro e como todos os serviços oferecidos no país sobre de inúmeras deficiências.
Pare para pensar um pouco, temos somente a crise dos aeroportos? Mais logo ela estará resolvida pelo esquecimento como todas as outras crises que ainda temos! Quem nunca caiu ou tropeçou num buraco na calçada, quem nunca teve um avaria em seu carro provocado por má conservação de um via, ou mesmo que nunca pegou um ônibus cheio, com uma tarifa cara e além de tudo este estava atrasado? Nunca teve uma cobrança indevida, nunca pagou com juros exorbitantes e foi negado um financiamento/empréstimo? Problemas com a empresa telefônica e celular, cartão de crédito, gasolina batizada, além do imposto de renda.
Se parar para pensar nós não arrumamos os problemas mais aprendemos conviver com eles e ainda pagamos para ter-los. É revoltante pagar uma alíquota de 27% sobre tudo que ganha e ter que ao mesmo tempo ter um plano de saúde privado, seguro no automóvel, seguro de vida, casa financiada, pagar aposentadoria e ter a incerteza dela, trabalhar a vida inteira pagando taxas e impostos e não ver benefícios deles. Temos que pagar IPVA com um valor elevado e seguro obrigatório e para começar já não podemos circular de carro sete dias da semana, pois temos o rodízio que proíbe de circular na área que trabalhamos, aliais já temos o carro, pois não podemos contar com transporte público que além de caro é horrível. Que horas passa o ônibus lotado? E será que vai ter assalto nele? Quanto a assalto podemos pensar onde não tem? Certo de que, nem na delegacia estamos livres da situação já que a qualquer momento pode haver uma fuga em massa dela.

Se eu começasse a colocar os problemas com os quais aprendemos a conviver, daria um livro mais não é difícil esquece-las. Em um simples dia quente de outono passamos por elas nem vemos o quanto estamos acostumados.


Acordamos atrasados, pois fomos dormir tarde (o tempo nunca dá para nada), vamos ao banheiro se for o número 1 não apertamos a descarga, pois descargas demasiadas gastam mais água e a água esta cara quando tem se não tiver faltando na rua ( já se acostumamos), tomamos banho rápido se tiver água claro, não esquecemos da eletricidade que também é cara (esquecemos do apagão, alguém lembra? Sem falar na crise de recursos naturais), tomamos café da manhã pão e leite quando muito suco com frios ( olha o preço dos itens, nisto já gastamos uns 4 reais diários do pobre salário), fechamos portas e janelas pois não queremos que ninguém entre em casa ( cadê a segurança), entramos no caro ( se não for rodízio ou melhor se possuir um, ou se compensar ir de carro ao serviço) rezando para a gasolina dar para ir e voltar ( 2,50 o litro ela vale ouro). Nesta parte do carro é difícil pois são inúmeros fatores que temos que levar em conta se tiver um carro para ir ao serviço, vale a pena ir de carro? Estacionamento (muito carro deixar na rua quanto tem vaga tem também os guardadores de rua) trânsito (isto vale para ônibus também), avarias causadas por buracos, fora que podemos ter nosso carro roubado. Ser for de ônibus esquecemos o café da manhã, se não nos atrasamos, ponto cheio, ônibus se contradizendo com a teoria que dois corpos não ocupam o mesmo lugar, uma tarifa cara R$ 2,30, pelo que é oferecido, se tiver sorte você senta se não terá que ir em pé a viagem inteira com pertences a frente do corpo para não ser furtado.

Ufa! Chegamos a escravidão ops, trabalho 10 horas ou mais diárias, quando não tem horas extras nem sempre remuneradas, para fazer a função que é desempenhando e outras além do seu cargo (este é um tópico peculiar pois são tantos problemas que nem levamos em conta, vai de pessoa para pessoa).

Chegou a hora de ir embora, de tarde choveu houve alagamentos, e a cidade está parada além do normal de todos os dias. Mais uma vez os problemas se repetem como a ida para o trabalho só que agora gastamos o dobro do tempo te levamos para chegar ao trabalho.

Em casa olhamos a caixa do correio, oba tem imposto de renda para pagar! Além das contas normais e dos avisos de cobrança indevidos, e aquela multa de transito (que tem que pagar e não pode reclamar desta indústria se pelo menos o dinheiro melhorasse as vias e os transportes públicos), o telefone não esta funcionando (isto que somos obrigados a pagar a assinatura, fora as tarifas exorbitantes que parece que qualquer ligação passa pelo além antes de ser concluída) não pode ligar, terá que achar um telefone público que funcione. Hora de jantar arroz, feijão e uma mistura (item muito variado) quando tem vai carne se não o bom ovo resolve. Hora de ir a frente do computador ou papeis para dar dinheiro ao governo, quer dizer fazer o imposto de renda, (neste momento ficamos indignados pois olha o quanto ganhamos, e o quanto foi para o INSS, além de que 27 % vai pro leão), hora de transmitir a declaração, pau na internet, arrumado o problema junto com o telefone que não funcionava( a companhia telefônica me falou que foi culpa da chuva eu não posso alegar isto em meus problemas afim de resolver “olha atrasei esta conta, pois estava chovendo...”), pronto foi transmitida minha declaração anual de palhaço, claro sem a lentidão do sistema da receita federal não teria graça. Ufa terminei, agora é só tomar banho (viva o racionamento de água) e ir dormir (já são 1h e terei que acordar as 6:30 para começar tudo de novo) mais amanha será pior, dia que não tenho declaração mais tenho contas para pagar e banco cheio (eles cobram uma fortuna em taxa e ainda tem fila e faltam muitos funcionários) e assim vamos levando uma vida de palhaços.

Obs. Esqueci de mencionar muitos, são os fatores que atrapalham e atravancam nossa vida, que já estamos acostumados e eu nem acabei me lembrando. Esta vendo já estamos quase esquecendo os aeroportos!

ANEXO Receita Federal! leia para onde vai o dinheiro do seu imposto!

http://www.receita.fazenda.gov.br/EducaFiscal/textoiconedefaultasp.htm


sábado, 28 de abril de 2007

Pedágio nas marginais?


Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, e José Serra, governador do Estado, desistiram da idéia de colocar pedágios urbanos nas marginais Pinheiros e Tietê. Na última quinta-feira, Kassab retirou da Câmara o projeto que transferia ao Estado a administração dessas avenidas e permitia à iniciativa privada a instalação de pedágios.
Alguns motivos levaram à desistência do projeto. Kassab e Serra encontraram resistência ao projeto dentro da própria base de sustentação do governo. Além disso, segundo contas do prefeito de São Paulo, a reforma das marginais custaria cerca de R$ 4 bilhões, valor considerado muito elevado. Outro fator que impediu o avanço da idéia foi a necessidade de reduzir as atuais pistas que, segundo a proposta inicial, seriam mantidas sem pedágios. Para construir as novas pistas pedagiadas, a largura das atuais diminuiria.
No entanto, apesar da interrupção da idéia, Kassab ainda busca parcerias com a iniciativa privada para possibilitar a reforma das marginais.
Na verdade, a construção desses pedágios encontraria grande rejeição por parte da população, e Serra teme ficar mal visto pelos paulistanos. Sem falar no evidente aumento de congestionamento dos locais, pois a construção de novas pistas reduziria a largura das já existentes.
As rodovias estaduais de São Paulo são duramente criticadas pelo excesso de pedágios que, diga-se de passagem, não são nada baratos.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Recanto de um ser só


Tevê ligada no volume zero
telefone mudo enquanto eu espero
despertador pronto pra acordar
mesa posta sem ninguém pra jantar

Dias iguais, rotinas normais

E nessa rua
metralhadora de barulhos
eu vejo os meus sonhos
em caixas prontas pra embrulho

E nessa casa
recanto de um ser só
desfaço a inocência, reforço a paciência
ensaio um laço no antigo nó

(São Paulo, 31 de janeiro de 2007 - 23 dias sozinho na cidade).

terça-feira, 24 de abril de 2007

Revoltei!


Queridos fãs do nosso humilde e paulistano Blog

Estava assistindo o SPTV segunda edição do dia 24 de abril e, a matéria que foi destaque do telejornal naquela tarde foi sobre as pessoas na cidade jogam lixo na rua.
Até ai tudo bem, não é a primeira vez que uma matéria deste tipo foi passada na televisão, porém, a maneira como esa simples reportagem foi feita chamou muito a minha dispersa atenção.
As pessoas eram filmadas cometendo "infrações" contra o meio ambiente e a limpeza das ruas paulistanas, logo em seguida, as mesmas eram abordadas pela equipe de reportagem do SPTV, que perguntava se elas jogavam lixo na rua e etc...
Devo admitir que algumas cenas engraçadas foram postas no ar, como a de uma mulher que foi flagrada jogando um palito de picolé numa praça e, quando perguntada sobreo que achava das pessoas que jogavam lixo na rua, a senhora não pensou duas e disse que odiava lixo e achava isso um absurdo. Depois, percebendo o erro, foi recolher o lixo que largou na rua.
Agora, assíduos e fiéis leitores, vou falar o que de fato me revoltou:
Várias entrevistas foram feitas para essa matéria mas duas chamaram minha atenção,
a primeira era com uma auxiliar de limpeza que esperava seu ônibus e que jogou um copo de plástico no chão e disse que não se importava com isso.
A outra foi de um administrador de empresas, bem vestido e com um óculos bizarro e provavelmente caríssimo, que disse não achar justo andar 200 metros (eu disse 200 metros e não quilômetros) para jogar sua bituca de cigarro, já que não encontrava latas de lixo no local.
Acho incrível como a arrogância, a ignorância e a falta de educação reina em qualquer setor da nossa sociedade. As pessoas muitas vezes não pensam no próximo, no gari que vai limpar a sujeira deixada por elas. Lógico, isso "não é justo", ou dane-se "eu não me importo"!
Só espero que depois não reclamem das enchentes.
Nem da sujeira na cidade.
E não tenham a pachorra de chamar os outros de porcos!
Por que ainda existem pessoas assim? Até pessoas mais humildes tem esse pensamento arrogante! E por que os mais altos da maldita pirâmide que rege o mundo não são mais humildes?
Mas a minha revolta foi amenizada no final desta matéria quando Carlos Tramontina simplesmente "desencanou" do seu texto e advertiu o "simpático rapaz" que não quis andar para jogar fora seu cigarro.
Leitores, me desculpem, não sei mais o que escrever, pode ter até sido um texto sem criatividade, mas sem dúvida, foi um desabafo, e espero encontar a resposta destas perguntas nos comentários de vocês.
Beijos

Assistam ao vídeo da matéria e tentem entender minha revolta:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM668747-7823-TRES+EM+CADA+QUATRO+PAULISTANOS+JOGAM+LIXO+NA+RUA,00.html

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Aedes X Poluição


Quando um feriado está próximo, não há quem não fique animado. Uma ótima oportunidade de viajar e deixar todas as responsabilidades para trás. Esquecer do trabalho, da faculdade e de São Paulo. Imaginar como seria morar longe do barulho, dos escapamentos, dos prédios e das avenidas.
No último feriado viajei para Ubatuba. Já fazia um bom tempo que eu não visitava a cidade. Estava muito feliz que iria poder esquecer Teoria da Mídia II, Planejamento em Comunicação, Sistemas Internacionais... mesmo que por apenas três dias. Quando já estava chegando, minha mãe me ligou e disse que estava tendo um surto de dengue em Ubatuba. A primeira coisa que fiz ao chegar lá foi conversar com o segurança da rua. Disse que mais de 7000 pessoas contraíram a doença. Mentira ou não, foi o suficiente para me assustar um pouco: chutei pneus, vasos e tudo mais que continha água parada. Gastei um bom dinheiro com repelente e bati o recorde mundial em matar mosquitos. Mesmo assim, achei que estava com dengue ao chegar em São Paulo.
Na mesma noite que voltei para Sampa, estava tossindo, espirrando e muito cansado. Não tive dúvida: dengue. Prestei atenção nos sintomas e me informei sobre a doença. Após concluir que não tinha sido mordido pelo Aedes Aegipty, fiquei pensando na razão de estar doente. A hipótese mais aceitável que eu conseguir pensar foi poluição. Porque não foi a primeira vez que isso acontece comigo. Inúmeras vezes, ao voltar do litoral, fiquei “resfriado” e nunca soube o motivo. Mas agora descobri: São Paulo. Impressionantes os diversos efeitos causados por essa linda metrópole e seus gases maravilhosos! O problema é se essa casual doença desenvolver-se em uma espécie de alergia.
Quase todos os dias assisto o telejornal Bom Dia São Paulo, e sempre mostram uma imagem panorâmica da cidade, como uma tentativa frustrada de “engrandecer” a paisagem urbana. Mas em todas essas imagens aparece uma faixa escura no horizonte, um pouco abaixo da linha do nascer-do-sol. E na seqüência, a âncora fala: “São seis e quarenta e cinco da manhã, e esta é uma bela imagem aérea da cidade de São Paulo”. Nada como um pouco de comédia matinal para começar bem o dia. Isso me levou a pensar sobre Ubatuba e seus mosquitos mortais: morar em Sampa e se autodegenerar gradativamente, ou em Ubatuba, correndo o risco de ser a vítima número 7001?
Há uma semana atrás, já tinha tomado minha decisão: prefiro o foco da dengue. Cheguei a infalível conclusão de que seria plenamente capaz de levar uma vida tranqüila e saudável na praia. Apesar de ter muitas características similares a metrópole, existem mais de 70 praias lá. Com certeza encontraria uma isolada e imaculada. Bastava só dinheiro, coragem e repelente.
Mas foi no fatídico dia 14 de abril de 2007 que uma única coisa mudou minha opinião e meus conceitos sobre minha cidade natal: Bad Religion. Após presenciar o show, vi que não conseguiria abandonar a paulicéia... a abstinência seria insuportável demais. São Paulo é palco de muitos shows bons. Hospeda bandas que muitas vezes só se apresentam aqui e em nenhum outro lugar do país. Sem mencionar que eu teria que abandonar minhas bandas. Esse foi o xeque-mate: a cidade me pegara pela jugular. Não poderia abandoná-la mais.
De volta à Sampa. A terra com mais capotas do que asfalto, mais doentes do que médicos, mais pressa do que tempo livre. Cidade onde até as idosas mais dóceis e gentis encarnam o capeta para conseguir um bom assento no ônibus. Mas mesmo assim, estou conformado: só me mudo quando o Bad Religion tocar em Delfinópolis ou em São João da Boa Vista ou na Serra da Canastra.

Gus

sábado, 14 de abril de 2007

batalha diária

Bom, tava meio sem assunto pra escrever aqui nesse blog, então resolvir fala um pouco da minha nova rotina da direção daqui.
Começo acordando 20 pras seis da manhã; em parte porque tenho q me arrumar e passar aqule monte de coisa no cabelo (menos mousse, isso é com o chefinho. hahaha), mas acordo tão cedo por um grande problema: o trânsito.
O caminho pela av. Interlagos tem um pouco de trânsito, mas nada fora do comum (para padrões paulistano). Depois começa a festa.
Uma beleza pra quem gosta de fazer palavras cruzadas o trânsito da região do aeroporto. Quando tá naqueles dias de engarrafamento geral a 23 de maio é uma boa pedida pra quem quer estudar um pouco mais pra prova, ou pra bauletos da vida que tiraram seus lap tops e podem até montar uma apresentação, ou seja, mais perda de tempo.
Alem disso o palavreado bonito do congestionamento, ainda mais pra quem eh novo no volante. Se for mulher então piorou, mais xingamentos, tudo causado por estress, tempo "curto" e tudo mais.
A Paulista é mais tranquila, mas tem um problema: os pedestres se acham os donos da rua. atravessam bem como querem, pedindo para serem atropelados até. É bom pra treinar zigue-zague.
Na Consolação é tranquilo, aí chego no Mackenzie, cansado, com sono, com sentimento de dever cumprido, batalha ganha e já com vontade de dá uma pescada.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Pressa X Corpo: A dificuldade de se levar uma vida saudável em São Paulo

Quem vive em São Paulo já está habituado ao ritmo acelerado da cidade. De segunda a sexta-feira, a correria toma conta da capital, onde o trabalho está sempre em primeiro lugar.

O trânsito, caótico, é orquestrado pelo barulho incessante das buzinas no vai-e-vem dos carros. Nos grandes conglomerados, pessoas apressadas se esbarram e dificilmente pedem desculpas umas às outras; são rostos angustiados que se embaralham na multidão, acabrunhados pelos compromissos e dominados pela ditadura do tempo. Situações em um lugar que, como diz Caetano, “aprendeu a chamar de ‘pressa’ realidade”.

Nos fins de semana, o quadro muda, mas não tanto. Com reduzidas opções de lazer na cidade, as pessoas, principalmente os jovens, ao invés da calmaria, optam pela conhecida e badalada noite paulistana para tentar esquecer um pouco a rotina semanal. Resultado: mais agitação.

Todo esse cenário faz com que as pessoas se apeguem muito mais ao que é externo e cada vez menos desloquem um olhar para dentro de si, principalmente no que diz respeito às preocupações em se levar uma vida saudável, regrada e equilibrada.

A ansiedade, a tensão e o estresse causados pela pressa, trazem uma série de prejuízos à saúde dos paulistanos. A velocidade para se fazer as coisas também afeta a alimentação e o sono de quem vive na cidade.

Como o tempo é escasso, grande parte da população recorre ao fast-food e se empanturra de sanduíches e lanches salgados ricos em óleo e gordura, em troca de um prato com nutrientes balanceados, saladas e frutas. Economiza-se tempo e dinheiro, mas não se faz uma alimentação adequada.

Quanto ao sono, é difícil encontrar alguém que tenha horários rigorosos para deitar e levantar. Devido ao excesso de compromissos, as pessoas deitam à noite para dormir já preocupadas com o que vão fazer no dia seguinte, sem parar para refletir e organizar as idéias com calma. O reflexo disso é o que se vê constantemente no interior dos transportes públicos: o grande número de pessoas dormindo pelos cantos. Elas “parcelam” o sono durante o dia, dormem e acordam por alguns minutos e acabam por não dar o descanso necessário para o bom funcionamento do corpo.

Outro problema grave em São Paulo é a poluição. Este, decorre não exatamente da pressa, mas da velocidade com que a cidade cresceu e se organizou. As péssimas condições do ar devido ao excesso de indústrias e à presença de poucas áreas arborizadas provocam muitos problemas respiratórios aos paulistanos. A cidade que não pára, também poderia ser definida como “a cidade que não respira”. Quem conhece outras cidades, percebe logo a diferença na qualidade do ar, ao sair da capital.

São Paulo é a principal alavanca para o país. Sem dúvida, é a cidade mais importante economicamente, e muito disso se deve a seu ritmo acelerado. Mas se a pressa é inimiga da perfeição, São Paulo, apesar de ter muitas qualidades, está bem longe de ser perfeita.

domingo, 8 de abril de 2007

Um pouco da cidade grande

O que falar desta cidade? Não sei uma interpretação concreta dela. Cada pessoa que aqui passa tem a sua própria.

Acho que vou falar um pouco não somente da cidade ou fazer mais um retrato que tantas pessoas fazem desta cidade, mais tentar passar por palavras esta loucura que é São Paulo. Minha visão sempre se deparou com ela há vinte e três anos, sou nascido no bairro de santa cecília, na santa casa. Por isto acho que por viver grande parte da minha vida no centro e outra na periferia, acho que os cruzamentos por ruas e avenidas vão me permitir falar sobre esta cidade louca que nos persegue.

Temos primeiramente uma cidade que não dorme, temos feiras que começam às 21 horas no centro, temos mercados 24h, temos academias 24h na região da augusta, são tantas coisas que eu poderia citar que acontece de madrugada. Lembrando temos o museu do crime, museu do azulejo, são tantas coisas que falar sobre a cidade que não sei nem bem o que escrever.

A paulicéia desvairada é uma definição desta cidade que tem cidades dentro dela como Paraisópolis, onde podemos ter três estações do ano ao mesmo tempo em pontos diferentes dela, quem nunca saiu de uma chuva de verão e se deparou com aquele calor abafado de primavera, e passou por aquela zona de frio? Por exemplo, saindo de uma chuva no centro passando pelo Ibirapuera e chegando ao Morumbi. Temos três estações do ano.

Em São Paulo acontece de tudo, do melhor ao pior, nas épocas do ataques do Pcc a cidade que nunca para parou. Como no dia da virada cultural foram 24h de shows e eventos, alem do Skol beats são 36 horas de shows sem intervalo. Cinemas cuja suas seções começam a meia noite.

Como definir esta mega cidade em processo constante de conurbação urbana, que já se fundiu com diversas cidades ao redor como o ABC, já estamos chegando a campinas se já não chegamos. Uma pequena olhada no google earth e podemos ver como São Paulo é grande. Itu não deveria ter a fama de ter tudo grande deveria ser esta metrópole, pois temos os maiores congestionamentos, enchentes, avenidas, cruzamentos, poluições, população, desrespeito, prédios, conjuntos habitacionais, frota de veiculo. Tudo em São Paulo é grande.

São tamanhas coisas que nem sei o que escrever, mais acho que todos temos um pouco de idéia e interpretação própria o que é São Paulo.

Este texto está assim confuso, meio sem pé e cabeça, perdido, sem saber o que é o que, e não sabendo onde começa uma idéia e termina outra, exatamente para passar um pouco do espírito de São Paulo.

Páscoa solidária

Acho que não poderia existir dia mais propício para fazer essa postagem. São Paulo, assim como muitas cidades do Brasil e do mundo, sofre com suas desigualdades sociais. Já estamos cansados de ver crianças passando fome, violência absolutamente descontrolada, enfim, o lado negativo de nossa cidade é cruel. Vou contar a vocês algo que me aconteceu há exatamente um ano e que me deixou muito orgulhoso, talvez eu nunca mais me esqueça daquele dia.

Sempre que é Páscoa, minha família recebe muitos ovos. Meus pais dão chocolates para mim e minha irmã, meus avós também dão, tios e amigos também, eu dou ovos aos meus pais etc. Quando retornamos à nossa casa no domingo à noite, quase vinte ovos chegam também. Uma infinidade de chocolate. Quase três meses para comer tudo isso.
Ao longo daquela semana pós-Páscoa, percebi a quantidade de ovos que minha família ganhou. Um dia, cheguei em casa e me deparei com todos aqueles ovos, todos juntos, bonitinhos, coloridinhos, uma maravilha! Mas pensei: "Caramba, tanta gente por aí não deve ter recebido nenhum ovo de Páscoa, e minha casa com tantos ovos assim... Acho que minha família vai ser muito egoísta se comer tudo isso sozinha."
E fiquei pensando isso por alguns dias. Sempre que chegava em casa, lembrava que muitas pessoas não ganharam nenhum ovo naquela Páscoa. E, finalmente, tomei uma decisão. "Vou dar um ovo para alguma criança de rua."
E fiquei com essa idéia na cabeça, mas sempre chegava em casa cansado e com preguiça para colocá-la em prática. Os dias foram passando, e nada. Até que um dia eu cheguei da academia e minha casa estava vazia. Assim que entrei em casa, decidi que naquela noite mesmo entregaria o ovo para alguma criança. Me troquei, escolhi um ovo e peguei o carro. Estava decidido. Só voltaria pra casa depois de dar o chocolate para alguma criança.
Felizmente (e infelizmente) não demorei muito pra encontrar uma criança jogando bolinhas pro alto em um farol. Chamei o menino, aparentemente 6 ou 7 anos, e disse: "Tó, meu filho, divide com seus amigos." Ele apanhou o ovo e ficou de boca aberta, como quem não acreditasse no que acabara de ocorrer. Prontamente, o sinal abriu e eu parti. Ao fundo, escuto uma criança gritando: "Olha, olha! Ganhamos um ovo de Páscoa, ganhamos um ovo de Páscoa." Foi uma sensação maravilhosa, como é bom poder ajudar alguém.
Depois daquele momento, eu via os ovos em casa e me sentia bem.

Acho que consegui fazer a cidade de São Paulo sorrir um pouco naquele dia.

Esse texto foi escrito por Lucas, que deseja a todos vocês uma excelente Páscoa.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

As últimas da terra de Rio Negro & Solimões

São 03:00 da manhã e Franca está deserta. Depois de tocar, em um bar, para um público não muito disposto a bater palma, eu chego em casa cansado e feliz. Afinal, tocamos, foi bom e eu comi e bebi sem pagar.

Aperto o interfone. Seu Pedro, o porteiro, acorda. Olha para mim, olha para o lado e dorme de novo. Torno a tocar o interfone. Ele acorda de novo. Pergunta quem é, eu digo: "É o Eduardo, Seu Pedro..". Ele olha e torna a dormir.

Desisto, volto para a rua, acendo um cigarro e penso que, se isso fosse em São Paulo, Seu Pedro seria mais um desempregado ao amanhecer.

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São 04:30 da manhã e eu estou na festa mais badalada da cidade. 600 pessoas que aceitaram pagar 10 reais (seco) para ouvir música eletrônica por toda a noite e parte do dia. O lugar é maravilhoso, em meio a árvores e flores, a lua dá seu show e eu recorro aos meus fones quando a batida repetitiva embrulha minha mente e estômago.

Este lugar é uma chácara de minha avó. Por muitos anos ela morou ali. Foi ali que pela primeira vez pisei na grama e estranhei. Tinha cinco anos de idade. Hoje, é um restaurante- bar (idealizado e excelentemente conduzido por meu tio, Pedro Lemos) no melhor estilo 'chique e descolado', seja lá o que isso signifique.

São 04:30 e um garoto chega em mim e diz: "Tibé, você é o dono aqui! Dá uma ficha de cerveja pra mim." Eu digo não. Ele não entende e eu explico: "Engraçado como aqui dentro você me cumprimenta e sabe meu nome. Engraçado como lá fora não é assim". Ele, sem graça, não responde. Eu, surpreso com a minha coragem, pego uma ficha e dou a ele. Afinal, são quase cinco horas da manhã e, por R$ 2,50, desfaço uma inimizade.

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Essas festas são boas para ver como anda o pessoal daqui. Incrível a capacidade que os babacas têm, seja lá em qual cidade for, de continuarem babacas, né? Aqui também é assim. As meninas também pouco mudaram: muita produção nas roupas, cabelos e pouca criatividade com as frases e idéias. Cada uma achando que tá mais estilosa que a outra. Mas a minha posição é tão privilegiada nesta festa que de longe elas me parecem todas iguais.

Encontro uma ex-namorada que não via há muitos anos. Revejo alguns amigos que há meses não tinha notícias. Trabalho igual um camelo no caixa. Mas aqui é Franca, a chácara é nossa e eu posso dar uma volta.

Não me arrependo: os garçons do outro bar (o que eu toquei) estão levemente embriagados. Mas o pior é o gerente, que bebeu whisky a noite toda. No final, o copo dele só tinha água, ele dançava e apanhava para acender um cigarro, ele que nunca fumou.

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Se São Paulo é uma cidade única, como bem disse meu caro amigo Gus no seu belo texto, Franca também é. Só aqui porteiro não abre a porta e tudo bem. Só aqui moleque-mimado-filhinho de papai acha que vai ganhar uma cerveja lembrando meu nome. Só aqui o gerente enche a cara e dá cavalo de pau na saída da festa do seu chefe. Só aqui um café da manhã que incluía quatro mistos, um suco, dois leites com nescau, um pão com manteiga e um toddynho custa 13 reais.

Só aqui uma banda de bar consegue cantar "sunday morning rain is trowling (!!)" e ninguém se dá conta. Só aqui o juiz das nossas partidas de futebol de sábado bebe uma pinguinha antes de apitar. Só aqui tem um relógio de sol. E só aqui ninguém sabe como ele funciona.

Se o intuito deste blog era falar sobre São Paulo, me resolvi por subir na pedra mais alta e falar sobre Franca. Porque, ao falar daqui, logo falo daí. A cada vez que venho pra cá, repenso São Paulo e seus defeitos. Minha birra parece diminuir.

Deixo para os meus amigos a incumbência de lhes apresentar a nossa visão da cidade grande. Eles sabem fazer isso magistralmente, porque nasceram, cresceram e aprenderam boa parte do que sabem vivendo em meio ao caos, a desordem etc, etc, etc.

Quem sabe no próximo post eu tente escrever sobre a capital. Por enquanto, conto a vocês três passagens da minha semana aqui. Não são engraçadas como as do Gus, nem emotivas quanto as do Palmeiras, tampouco sérias quanto as do Átila.

São fragmentos de uma cidade que me ensinou, ela sim, tudo o que sei.

Eu sou Eduardo Lemos, o "Franca", estou em Franca, gosto de Franca e não estou com saudades de São Paulo.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Saudades...

Ah...estou de folga, isso mesmo, folga na cidade grande, bom o que fazer agora?
Não posso me esquecer que hoje é terça, tenho que cortar algumas coisas que gostaria muito de fazer, como por exemplo ir ao museu de tarde. Muito trânsito.
Poderia ir ao Parque do Ibirapuera, contato com a natureza, saúde, ótima idéia mas, está muito calor, preciso de um protetor solar, e não tenho dinheiro para comprar o bendito bloqueador de raios ultravioletas.
Namorar! É claro, vou namorar a tarde inteira.
Droga, esqueci que ela não está de folga, e ainda tem prova a noite e precisa estudar depois do serviço.
Já sei, vou ligar para os meus amigos da faculdade e ouvir alguma idéia genial. Eles são muito espertos e devem ter algo para fazer.
Opa, eles são do interior, viajaram, e os paulistanos simplesmente sumiram, não aparecem nem no msn.
Bom, sendo assim, não me resta outra alternativa: vou ao banco pagar as minhas contas e pegar ônibus para resolver outros assuntos pessoais. Isso era tudo o que eu queria na minha folga, trânsito, poluição, barulho. Como estou feliz!!
Mas, preciso fazer alguma coisa.
Viajar? Isso! Viajarei no feriado de páscoa que está por vir, já que a minha folga foi atropelada pelo movimento intenso da capital. Que ótima idéia!!

1º dia no interior...

Que maravilha! Tudo tão calmo, limpo, silencioso. Ladrão? É, roubaram uma galinha da sítio do vizinho e, tenho certeza, não foi a mando do PCC.

2º dia no interior...

Tudo na mesma...que delícia.

3º dia no interior...

Tudo na mesma...

4º dia no interior...

Tudo na mesma...SACO! Preciso voltar!

Maldita cidade que sinto tanta falta. Ela me estressa, me deixa infeliz muitas vezes, faz mal para a minha saúde, me cansa. Por que a saudades? Por que a quero tanto?
Não é por que São Paulo é a minha cidade natal que eu vou sentir sua falta, nem pelo fato de toda minha família morar nela, ou pela simples ocasião de eu ter crescido nela junto com os meus amigos tão queridos. Será que a questão do crescimento e do desenvolvimento desta metrópole mundialmente conhecida e respeitada que eu vi com os meus próprios olhos fazem com que eu sinta saudades daqui também?


Acho que a lágrima que escorreu no meu rosto no momento em que me fiz essas perguntas já diz tudo...

terça-feira, 3 de abril de 2007

Não há lugar como São Paulo

São exatamente 04:47 da manhã. Estou escrevendo agora porque tive que buscar meu irmão no hospital e porque o Átila teve a moral de ligar no primeiro dia da sagrada Semana Santa para cobrar minha postagem nesse blog. Então aqui segue minha crônica, pois Deus me livre desapontar o Átila...
Como toda madrugada, estava fumando um cigarro e observando a linda paisagem na janela da área de serviço da minha casa: o prédio vizinho. Apesar de ter muito que falar sobre nossa cidade, eu não conseguia juntar as idéias para formar uma crônica. Mas após três cigarros lembrei de uma conversa que tive com um amigo meu, já há algum tempo atrás. Esqueci praticamente toda a conversa que tivemos, recordo apenas que ele estava bravo comigo, pois ele ama essa cidade e eu não sou assim tão fanático por ela. Mas não esqueço de uma frase dita por ele: “Não há lugar como São Paulo”. Lembro que naquele exato momento fiquei inconformado com essa afirmação, mas quando comecei a pensar nesse blog, descobri que eu não discordo com ele... aliás, concordo totalmente com a afirmação.
Mais de vinte anos vivendo em São Paulo é o suficiente para saber algumas coisas sobre a cidade, tipo: evite a qualquer custo o trânsito das 06:30 da tarde; se chover forte em São Paulo, o alagamento em muitas, muitas regiões, é inevitável; não confie em nenhum integrante do PCC; olhe sempre para os dois lados antes de atravessar uma rua (em certas ruas é aconselhável olhar para trás também).
Mas depois de refletir e reclamar muito sobre tais assuntos, notei que eu estava enganado. Estava olhando para esse panorama paulistano de uma perspectiva errada, pois é de conhecimento comum que as situações melhoram se encaradas de forma positiva. Resolvi tentar, e confesso que o resultado foi muito melhor que eu esperava.
Se analisarmos bem, o trânsito das 06:30 da tarde não é tão desesperador assim... levar mais de uma hora e meia para atravessar a Avenida Paulista é meio que uma terapia, se pensar bem. Isso quando o congestionamento não é enfrentado de ônibus. O ônibus paulistano é uma maravilha! A cada dia que passa, o contato humano dentro dele é maior! Uma chance para o passageiro reatar os laços com a comunidade do transporte coletivo.
Quando cai uma tempestade na cidade e alaga inúmeras ruas, muita gente acha ruim. Eu não. Os paulistanos são sempre apressados, correndo para algum lugar, escravos do tempo... mas se eles apenas parassem e vissem a diversão que é uma enchente: cidadão boiando no teto do carro, criancinha brincando com água “limpa”... praticamente um feriado fora de época.
Viver em São Paulo é viver em constante emoção. Atualmente encaro a cidade desta maneira. Correr o risco de encontrar casualmente um integrante do PCC é uma enorme aventura! Imagine a emoção de uma bala perdida passar a dois milímetros da sua orelha! Não troco essa cidade por nada.
Depois que comecei a analisar São Paulo desta perspectiva, vi que essa cidade é a melhor do mundo. Não moraria em nenhum outro lugar! Jamais!
Disseram-me que um ótimo jeito de terminar um texto é com uma citação. Acho que escolhi a mais apropriada: “Não há lugar como São Paulo”.

Esse texto foi escrito por Gustavo, o "Gus". Continuará escrevendo toda segunda, porque sabe que o Átila continuará enchendo o saco.

domingo, 1 de abril de 2007

Violência e Futebol. Assunto batido? Porém sempre atual

Final de mais um clássico Palmeiras e São Paulo, o resultado pouco importa (ainda mais pra quem é palmeirense como eu. hahaha) mas fica uma questão. Até que ponto nós seres humanos continuaremos com nossa violência gratuita?
Você que tá lendo agora pode me falar: "ah cara, que assunto batido, tá parecendo o Datena pentelhando nesse assunto sobre violência toda hora".
Mas eu digo pra você que não é. Um exemplo: Hoje vi no noticiario do início da tarde que um garoto visto com a camisa do time adversário foi agredido em plena AV. Paulista.
Você pode me perguntar: " E daí? isso sempre acontece". Mas não é bem assim.
Percebemos atualmente que a violência entre torcidas está cada vez mais se distanciando dos estadios. O que antes se limitava apenas a um local, torna-se regional, aonde toda a cidade fica em polvorosa com clássicos desse porte (vide o exemplo acima aonde o Morumbi nao é tão próximo da avenida Paulista).
Isso pode ser explicado porque não apenas há violência nas torcidas organizadas, o certo a dizer é que há também uma violência nelas, porque são compostas por seres humanos e vivemos atualmente a era da intolerância.
Quem nunca se irritou de vez em quando alguem te ultrapassou no trânsito? (eu mesmo me irrito de vez em quando, e olha que sou novo no volante) quem nunca arrumou uma briga á toa e depois nem mais se lembrava porque estava brigando?
Pequenos exemplos do dia-a-dia que explicam que o ser humano é um ser (desculpe a redundância) em crise, mas que o estresse da rotina faz com que isso aumente, como o trabalho , a faculdade, familia, etc. Quem não saiu da facu tão bravo que teve a vontade de matar o primeiro que visse na frente?
Nas torcidas nao é difetente. Apenas é acentuada a diferença, pois o adversário tem cores na camisa que o faz momentaneamente "diferente" de você. Ou seja, exacerba o preconceito que cada um tem de lidar com o que não é igual, como opiniões divergentes, gerando discussões e a auto-destruiçaão, mas a grande pergunta é: quando irá acabar? Será que é próprio do ser humano, diferente de todos os outros animais, se auto-destruir?

Bom, esse texto foi escrito por Átila Benevides, que estará no blog postando todo domingo. deixem seus comentarios com sugestoes e críticas. flw!

terça-feira, 27 de março de 2007

A Paulicéia Desvairada por sete garotos desvairados

Falar de São Paulo é falar de nossas vidas.
Moramos na quarta maior cidade do planeta. Ela possui pessoas de todas as classes sociais, etnias, tipos, nichos e até países. Isso não é novidade para ninguém; sabemos disso, mas ninguém sabe o que nós achamos desta cidade. Ah, ninguém sabe mesmo!
Nós (os sete garotos citados no título) vamos mostrar nossas opiniões e contar histórias e acontecimentos que vivemos nesta cidade. Se alguém vai gostar disso, não sabemos. Mas garantimos que esse blog será extremamente interessante.
Por quê?
Porque NÓS vamos escrevê-lo!
E quem somos nós?
Bom, nem nossas mães poderiam responder esta indagação. Apenas sabemos que somos pessoas que amam e odeiam esta metrópole ao mesmo tempo que queremos fugir e voltar para ela. Estranho, né? Mas, quem vive aqui sabe do que estamos falando, certo?
Agora, fazemos questão de nos apresentar. Para que vocês possam entender quem são esses garotos que acham que entendem algo de São Paulo.

Átila Benevides: O "Átila": é o garoto que aprendeu a dirigir na cidade de trânsito caótico antes mesmo de aprender a se virar bem na mesma. É o "mascote" do Taj.

Carlos Eduardo: O "Fanfarrão". Sarcástico e amante dos trocadilhos. Alimenta-se do sorriso das pessoas, mas não se trata de nenhum palhaço. Sente falta de trocar umas boas idéias com seu parceiro "Negão", que o deixou para se tornar pescador em Alagoas.

Eduardo Lemos: O "Franca". Um francano bem tranqüilo, parece sempre estar sossegado (parece) e ainda não entende como as coisas funcionam em São Paulo, já que costuma achar tudo aqui chato e estranho.

Gustavo Kamada: Ele é o Gus.

Lucas Renato: O "Dedão". Ele xinga, ele ama, ele beija, joga um bolão mas, é muito tímido. Irônico, não?

Thiago Fagnani: O "Palmeiras". Um palmeirense escandaloso, estabanado, extrovertido e mal-humorado. Ama tudo o que faz e todos aqueles que o cercam.

Ulisses Andreguetto: O "Bauleto". Ele carrega tudo o que precisa no bauleto de sua moto. Suas idéias, seu laptop, sua filmadora, suas contas pra pagar e, se bobear, até a namorada! Sua especialidade é a comunicação através de siglas.

Estes somos nós! Divirtam-se e comentem à vontade!!